Sumário
- Marketing Digital: Estratégia, Não Negócio
- Os Quatro Pilares do Empreendedorismo Digital
- Considerações Finais
O marketing digital pode parecer, à primeira vista, uma fórmula mágica para enriquecer rapidamente. Muitas vezes, somos seduzidos por histórias de jovens com carros luxuosos e mansões, alegando que alcançaram tudo isso por meio do marketing digital. Porém, a realidade é bem diferente: o marketing digital, por si só, não é suficiente para enriquecer ninguém. Ele é uma estratégia, e não um negócio em si.
Marketing Digital: Estratégia, Não Negócio

O marketing digital é uma ferramenta que tem como principal objetivo aumentar as vendas, seja de um produto, um serviço ou uma ideia. Por exemplo, quando você assiste a um vídeo no YouTube e é interrompido por um anúncio, aquele conteúdo só será eficaz se tiver algo sendo vendido por trás. Se não houver um produto ou serviço claro, aquele anúncio será apenas um desperdício de recursos.
Infelizmente, muitas pessoas associam o marketing digital exclusivamente à venda de cursos online. Isso ocorre porque cursos são mais fáceis de criar, exigem baixo custo e são acessíveis para qualquer pessoa com acesso à internet e ferramentas básicas. No entanto, essa visão é limitada. O marketing digital é uma estratégia que pode ser aplicada a diversos negócios, físicos ou digitais, como academias, pet shops, mercados, entre outros.
O sucesso, nesse caso, depende do negócio em si e da forma como ele utiliza o marketing digital para alcançar o público certo. Essa segmentação é uma das grandes vantagens de anunciar na internet: é possível escolher o perfil exato de quem verá sua propaganda, desde idade e localização até interesses específicos e histórico de consumo.
Os 4 Pilares do Empreendedorismo Digital
Para quem deseja iniciar ou expandir um negócio na internet, é essencial entender quatro pilares fundamentais. O primeiro deles é o tráfego, que representa as pessoas que entram em contato com o seu produto ou serviço. Sem tráfego, não há vendas.
1. Tráfego: A Base das Vendas

O tráfego é como o coração de qualquer estratégia de vendas. Quanto maior o tráfego, maior a chance de realizar vendas, mesmo que o produto não seja o melhor do mercado. Imagine uma loja de produtos antigos em um shopping movimentado; a alta circulação de pessoas faz com que, eventualmente, alguém compre algo.
Existem dois tipos principais de tráfego:
- Tráfego Orgânico: É construído ao longo do tempo por meio de conteúdo relevante e constante. Redes sociais, blogs e canais no YouTube são ferramentas comuns para atrair uma audiência que confia no criador de conteúdo e nos produtos que ele recomenda. Isso funciona tanto para marcas gigantes, como a Netflix, quanto para pequenos criadores, que podem gerar receita com parcerias e patrocínios. Porém, essa estratégia exige paciência, esforço contínuo e criatividade.
- Tráfego Pago: É obtido por meio de anúncios em plataformas como Facebook Ads, Google Ads e Instagram. Esse tráfego é instantâneo e permite alcançar um público segmentado em pouco tempo. Ele é especialmente útil para empresas que querem resultados rápidos, exibindo anúncios diretamente para pessoas interessadas em seus produtos.
Ambos os tipos de tráfego têm seu valor, e as melhores estratégias geralmente combinam os dois. O tráfego não deve ser utilizado apenas para vendas imediatas, mas para levar o cliente por uma jornada que o faça entender e valorizar o que está sendo oferecido.
Jornada do Cliente e Nível de Consciência

O tráfego é apenas o início. Ele deve ser utilizado estrategicamente para conduzir o cliente em uma jornada de aprendizado e decisão. Um dos primeiros passos é identificar o nível de consciência do cliente:
- Inconsciente: O cliente não sabe que tem um problema ou uma necessidade.
- Reconhecimento do Problema: O cliente percebe que algo não está certo e precisa de uma solução.
Etapas de Consciência do Cliente:
- Consciente do Problema
O primeiro estágio é quando um anúncio ou mensagem desperta o entendimento do cliente de que ele tem um problema. É como se disséssemos: “Olha, se você tem 35 anos, trabalha de carteira assinada e ainda ganha um salário mínimo, algo precisa mudar, porque hoje há jovens de 16 anos faturando milhões na internet.”
Nesse momento, a pessoa percebe a necessidade de buscar uma solução. - Consciente da Solução
Quando o cliente avança para o próximo nível, ele entende que existe uma forma de resolver o problema. Por exemplo, atualmente, há diversas maneiras de ganhar dinheiro online, e uma das mais simples é o mercado de afiliados.
Esse mercado não exige que você tenha seu próprio produto, equipe ou suporte técnico. Basta recomendar produtos de terceiros e, quando alguém compra com base na sua recomendação, você ganha uma comissão. Para quem está começando, existe até um curso que ensina do básico ao avançado. - Consciente do Problema
No último estágio, o cliente já conhece o produto que pode resolver o problema dele e só precisa de um empurrãozinho final para decidir a compra.
Como Elevar o Nível de Consciência?
Elevar o nível de consciência pode ser feito de várias formas, como anúncios no feed das redes sociais ou eventos ao vivo com aulas que exploram problemas e soluções. Por exemplo, o produtor pode mostrar os desafios de não saber investir ou depender de terceiros para sobreviver, criando um desejo genuíno de mudança no público.
Além disso, para facilitar o processo, usamos estratégias como o funil de vendas, que organiza a jornada do cliente até a compra.
2. Conversão
Funil de Vendas no Empreendedorismo Digital

O funil de vendas é uma estratégia essencial no empreendedorismo digital, onde o objetivo é guiar o cliente em uma jornada até a compra final. Ele é composto por etapas que filtram o público, permitindo que apenas aqueles com real interesse avancem. No final, quem completa o funil se torna cliente. Esse processo envolve diversas fases:
1. Topo do Funil: O Primeiro Contato
A jornada começa no topo do funil, onde ocorre o primeiro contato do cliente com o produto. Esse contato pode vir de anúncios nas redes sociais, eventos ao vivo, ou influenciadores promovendo o produto. Aqui, utiliza-se uma chamada para ação (Call to Action), como “clique no link” ou “cadastre-se”, para atrair o público para uma isca digital.
Mas o que é uma Isca Digital?
A isca digital é um material ou oferta que desperta o interesse do público e o incentiva a deixar informações de contato. Pode ser um e-book, aula gratuita, planilha ou qualquer outro recurso que agregue valor. Em troca, o cliente deixa dados como nome, e-mail ou WhatsApp em uma página de captura (Landing Page), transformando-se em um Lead.
2. Nutrição do Lead
Após capturar o Lead, inicia-se a etapa de nutrição. O objetivo é aumentar gradativamente o nível de confiança e consciência do cliente em relação ao produto. Isso é feito através de comunicação constante por e-mail, WhatsApp ou até anúncios direcionados. A nutrição é essencial para preparar o cliente para a próxima etapa, garantindo que ele esteja mais inclinado a comprar.
3. A Venda
Quando o cliente está suficientemente nutrido e confiante, chega o momento de oferecer o produto. Essa etapa é crucial, pois representa o ponto em que o cliente toma a decisão de compra.
4. Pós-Compra
Os empreendedores de maior sucesso não encerram a jornada do cliente após a compra. Em vez disso, eles o direcionam para a etapa de pós-compra, cujo objetivo é encantar o cliente, reforçar a qualidade do produto adquirido e criar oportunidades para futuras vendas ou fidelização.
Esse modelo de funil de vendas é fundamental para otimizar o processo de conversão e maximizar os resultados no marketing digital. A jornada é planejada para captar, nutrir, converter e reter clientes, garantindo uma experiência completa e eficiente.
3. LTV/CAC: A Importância no Empreendedorismo Digital
Todo negócio precisa ter uma estimativa de quanto um cliente gasta em média ao longo do tempo em que permanece consumindo produtos ou serviços. Esse indicador é chamado de LTV (Lifetime Value), que significa o valor que um cliente gera para o negócio durante toda sua jornada como consumidor.
Por exemplo, imagine que você tenha uma hamburgueria em um shopping. Se funcionários de uma loja vizinha consomem em média R$ 40 por semana e frequentam seu estabelecimento durante três anos, seu cálculo de LTV seria:
- R$ 40 por semana x 30 semanas (duração média de consumo no ano) = R$ 1.200 anuais.
- Multiplicando pelos três anos de consumo, o LTV médio seria R$ 3.600.
Agora, se o negócio depende de um único produto, como um infoproduto de R$ 197, o LTV será limitado a esse valor. Nesse caso, o empreendedor ficará sempre dependente de novos clientes para manter as receitas.
Como Aumentar o LTV?
Os grandes players de mercado utilizam três estratégias principais para aumentar o LTV:
- Aumentar o ticket médio: elevar o preço dos produtos ou serviços.
- Expandir o número de clientes: alcançar mais pessoas para consumir seus produtos.
- Vender mais produtos para os mesmos clientes: essa é a forma mais eficiente, pois é mais barato vender para quem já conhece e confia na marca do que conquistar novos consumidores.
Por exemplo, um cliente que já gosta dos produtos terá menos resistência a adquirir outras ofertas, enquanto um novo cliente exige mais esforço de marketing para convencê-lo.
O Custo de Aquisição de Cliente (CAC)

Antes de avaliar o LTV, é fundamental considerar o CAC (Customer Acquisition Cost), que representa o quanto foi investido em marketing para atrair clientes. O cálculo é simples:
- Divida o total de gastos com marketing pelo número de clientes adquiridos.
- Exemplo: Se você gastou R$ 1.000 em marketing e conseguiu 10 clientes, o CAC será de R$ 100 por cliente.
O ideal é que o LTV seja significativamente maior que o CAC. Para medir isso, utilizamos a métrica LTV/CAC, que indica o retorno gerado pelo cliente em relação ao custo de adquiri-lo.
Exemplificando com a Amazon Prime Vídeo
Imagine que a Amazon Prime Vídeo venda um plano de assinatura de R$ 50 mensais e que um cliente médio permaneça no serviço por dois anos. O LTV seria:
- R$ 50 x 24 meses = R$ 1.200 por cliente.
Se a Amazon gastou R$ 40.000 em marketing para atrair 100 clientes, o CAC seria:
- R$ 40.000 ÷ 100 = R$ 400 por cliente.
Nesse caso, a relação LTV/CAC seria:
- R$ 1.200 ÷ R$ 400 = 3.
Isso significa que cada cliente gasta três vezes o que a Amazon investiu para conquistá-lo.
A Métrica de Payback Time
Uma outra métrica importante é o Payback Time, que indica quanto tempo levará para o investimento inicial em marketing ser recuperado. No exemplo da Amazon, se cada cliente paga R$ 50 por mês, serão necessários 7 meses para recuperar os R$ 400 de CAC. Os meses seguintes, então, representarão o lucro.
4. Margem de Lucro
Compreender e controlar a margem de lucro é fundamental para a sustentabilidade e o crescimento de um negócio. A margem de lucro representa a diferença entre a receita obtida e todos os custos envolvidos na operação, como produção, marketing, infraestrutura e equipe. Quando analisada em conjunto com métricas como LTV/CAC, CAC e Payback Time, a margem de lucro ajuda a avaliar a real rentabilidade do negócio e a eficiência das estratégias de aquisição e retenção de clientes.
Considerações Finais
O entendimento e a aplicação de métricas como LTV, CAC, LTV/CAC e Payback Time são fundamentais para o sucesso de qualquer negócio, especialmente no empreendedorismo digital. Elas permitem avaliar com clareza a viabilidade financeira e o potencial de crescimento do negócio, ajudando a tomar decisões mais estratégicas.
Ao compreender o LTV, você sabe o valor que cada cliente gera ao longo de sua jornada com a empresa, enquanto o CAC revela o custo para conquistar esses clientes. A relação entre essas métricas, por meio do LTV/CAC, mostra se o retorno sobre o investimento em marketing está sendo eficiente. Já o Payback Time indica o prazo necessário para que os custos sejam recuperados e o negócio passe a gerar lucro.
Para aumentar o LTV, estratégias como elevar o ticket médio, conquistar novos clientes ou vender mais produtos para clientes existentes são indispensáveis. Entre elas, vender para quem já conhece e confia na marca é a opção mais eficaz e econômica.
Essas métricas não apenas fornecem um diagnóstico financeiro, mas também orientam ações práticas que otimizam os resultados e asseguram a sustentabilidade de longo prazo. Entender e aplicar esses conceitos é o que separa negócios que sobrevivem daqueles que prosperam.
E você, já conhecia e aplicava essas métricas em seu negócio, considerando todo o fluxo de conhecimento do cliente dentro de um funil de vendas?